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miércoles, marzo 07, 2018

Toque De São Bento Grande De Angola


Nesse mundo camará
Mas não há mas não há
Mas não há quem me mande
Eu só sei obedecer
Se mandar
Se mandar são bento grande


É de angola é de angola é de angola
De angola de angola de angola

Meu avô já foi escravo
Mas viveu com valentia
Descumpria a ordem dada
Agitava a escravaria
Vergalhão, corrente, tronco
Era quase todo dia
Quanto mais ele apanhava
Menos ele obedecia


É de angola é de angola é de angola
De angola de angola de angola

Nesse mundo camará
Mas não há mas não há
Mas não há quem me mande
Eu só sei obedecer
Se mandar
Se mandar são bento grande

Quando eu era ainda menino
O meu pai me disse um dia
A balança da justiça
Nunca pesa o que devia
Não me curvo a lei dos homens
A razão é quem me guia
Nem que seu avo mandasse
Eu não obedeceria


É de angola é de angola é de angola
De angola de angola de angola

Nesse mundo camará
Mas não há mas não há
Mas não há quem me mande
Eu só sei obedecer
Se mandar
Se mandar são bento grande

Esse mundo não tem dono
E quem me ensinou sabia
Se tivesse dono o mundo
Nele o dono moraria
Como é mundo sem dono
Não aceito hierarquia
Eu não mando nesse mundo
Nem no meu vai ter chefia


É de angola é de angola é de angola
De angola de angola de angola

Nesse mundo camará
Mas não há mas não há
Mas não há quem me mande
Eu só sei obedecer
Se mandar
Se mandar são bento grande







Paulo Cesar Pinheiro


Sublime Paixão


Paixão
É o delírio de quem se entrega
É rebentação que carrega
É a raiz de onde brota a loucura
Paixão
É luz negra que ofusca e cega
É mar que se teme e se navega
É ânsia sublime de aventura
Paixão
É o abismo de quem se apega
É a bendita flor que o mal rega
É o reverso que tem toda jura
Paixão
É a surpresa que a gente não nega
É o destino de quem não sossega
É o mistério entre a espera e a procura
Paixão
Estranha doutrina de fé que não se prega
Estranho prazer imortal imortal que nunca dura
Paixão
É um trem que entristece e que alegra
Momento em que o amor quebra a regra
No coração de toda criatura.








Paulo Cesar Pinheiro



sábado, diciembre 02, 2017

Poder Da Criação


Não, ninguém faz samba só porque prefere
Força nenhuma no mundo interfere
Sobre o poder da criação
Não, não precisa se estar nem feliz nem aflito
Nem se refugiar em lugar mais bonito
Em busca da inspiração

Não, ela é uma luz que chega de repente
Com a rapidez de uma estrela cadente
E acende a mente e o coração
É, faz pensar
Que existe uma força maior que nos guia
Que está no ar
Vem no meio da noite ou no claro do dia
Chega a nos angustiar
E o poeta se deixa levar por essa magia
E um verso vem vindo e vem vindo uma melodia
E o povo começa a cantar!








Paulo Cesar Pinheiro





jueves, julio 27, 2017

Amor Ausente


Eu fiz tudo que o amor pedia
Fui seu seguidor, seu aprendiz
Tinha dia que eu ficava triste, tinha dia
Que eu ficava mais feliz
Por tanto querer o amor pra mim como eu queria
Foi o amor que não me quis...

Sorria quando o amor era fogueira ardente
Chorava quando sentia a chama se apagar
Agora é muito pior o que o meu peito sente
Que o amor é indiferente,
Não faz rir nem faz chorar!

Queria que ele voltasse a ser incandescente
Que nem estrela cadente quando cai no mar
Prerfiro ter muito mais o amor que mata a gente
Que viver de amor ausente
Ou morrer sem mais amar...







Paulo Cesar Pinheiro




lunes, junio 19, 2017

As Pedras Se Cruzam


Apesar!
Da vida nos separar
A gente vai se encontrar
Em qualquer canto de rua
De manhã
Numa esquina de algum lugar
De tardinha num vão de bar
Ou numa noite de lua

àguas passadas não moverão moinho
Acho que a gente até pode se beijar
Mesmo que já não se tenha mais carinho
As pedras se cruzam no caminho
Que a vida foi feita pra rolar

Rolou, vida rolou, rolou a vida
Eu lhe dei casa e comida
Dei-lhe um nome e coração
Pra mim o que rolou na despedida
Foi só lágrima sentida
Mas inda lhe estendo a mão...










Paulo Cesar Pinheiro



Samba De Tristeza


Já chorei
Por amor eu Já chorei em vão
Mas não mando no meu coração
O que eu faço é o coração que manda

Já chorei
Quase morro de desolação
Que o momento da separação
É um punhal que crava o peito e sangra

Já chorei
Só se viu minha alucinação
Pelo pranto que caiu no chão
Que é no olhar que toda dor se estampa

Já chorei
Foi tão grande essa desilusão
Vou cantar só por consolação
Mas a dor não vai caber num samba

Sei que um samba de tristeza
Para sempre o povo canta
Mas a dor que eu trago presa
Nunca vai caber num samba.









Paulo Cesar Pinheiro





viernes, junio 09, 2017

Mordaça



Tudo o que mais nos uniu separou
Tudo que tudo exigiu renegou
Da mesma forma que quis recusou
O que torna essa luta impossível e passiva
O mesmo alento que nos conduziu debandou
Tudo que tudo assumiu desandou
Tudo que se construiu desabou
O que faz invencível a ação negativa

É provável que o tempo faça a ilusão recuar
Pois tudo é instável e irregular
E de repente o furor volta
O interior todo se revolta
E faz nossa força se agigantar

Mas só se a vida fluir sem se opor
Mas só se o tempo seguir sem se impor
Mas só se for seja lá como for
O importante é que a nossa emoção sobreviva
E a felicidade amordace essa dor secular
Pois tudo no fundo é tão singular
É resistir ao inexorável
O coração fica insuperável
E pode em vida imortalizar
















Paulo Cesar Pinheiro, Eduardo Gudin




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Mordaça interpretada por Paulo Cesar Pinheiro, Eduardo Gudin e Márcia:


Mordaça

sábado, mayo 27, 2017

As Forças Da Natureza


Quando o Sol
Se derramar em toda sua essência
Desafiando o poder da ciência
Pra combater o mal
E o mar
Com suas águas bravias
Levar consigo o pó dos nossos dias
Vai ser um bom sinal
Os palácios vão desabar
Sob a força de um temporal
E os ventos vão sufocar o barulho infernal
Os homens vão se rebelar
Dessa farsa descomunal
Vai voltar tudo ao seu lugar
Afinal

Vai resplandecer
Uma chuva de prata do céu vai descer,
O esplendor da mata vai renascer
E o ar de novo vai ser natural
Vai florir
Cada grande cidade o mato vai cobrir,
Das ruínas um novo povo vai surgir
E vai cantar afinal

As pragas e as ervas daninhas
As armas e os homens de mal
Vão desaparecer nas cinzas de um carnaval








João Nogueira, Paulo Cesar Pinheiro



sábado, marzo 04, 2017

Minha Missão


Quando eu canto
É para aliviar meu pranto
E o pranto de quem já

Tanto sofreu
Quando eu canto
Estou sentindo a luz de um santo
Estou ajoelhando
Aos pés de Deus

Canto para anunciar o dia
Canto para amenizar a noite
Canto pra denunciar o açoite
Canto também contra a tirania

Canto porque numa melodia
Acendo no coração do povo
A esperança de um mundo novo
E a luta para se viver em paz!

Do poder da criação
Sou continuação
E quero agradecer
Foi ouvida minha súplica

Mensageiro sou da música
O meu canto é uma missão
Tem força de oração
E eu cumpro o meu dever

Aos que vivem a chorar
Eu vivo pra cantar
E canto pra viver

Quando eu canto, a morte me percorre
E eu solto um canto da garganta
Que a cigarra quando canta morre
E a madeira quando morre, canta!









João Nogueira, Paulo Cesar Pinheiro





viernes, diciembre 02, 2016

Espelho


Nascido no subúrbio nos melhores dias
Com votos da família de vida feliz
Andar e pilotar um pássaro de aço
Sonhava ao fim do dia ao me descer cansaço
Com as fardas mais bonitas desse meu país
O pai de anel no dedo e dedo na viola
Sorria e parecia mesmo ser feliz

Eh, vida boa
Quanto tempo faz
Que felicidade!
E que vontade de tocar viola de verdade
E de fazer canções como as que fez meu pai

Num dia de tristeza me faltou o velho
E falta lhe confesso que inda hoje faz
E eu me abracei na bola e pensei ser um dia
Um craque da pelota ao me tornar rapaz
Um dia chutei mal e machuquei o dedo
E sem ter mais o velho pra tirar o medo
Foi mais uma vontade que ficou pra trás

Eh, vida à toa
Vai no tempo vai
E eu sem ter maldade
Na inocência de criança de tão pouca idade
Troquei de mal com Deus por me levar meu pai

E assim crescendo eu fui me criando sozinho
Aprendendo na rua, na escola e no lar
Um dia me tornei o bambambã da esquina
Em toda brincadeira, em briga, em namorar
Até que um dia eu tive que largar o estudo
E trabalhar na rua sustentando tudo
E assim sem perceber eu era adulto já

Eh, vida voa
Vai no tempo, vai
Ai, mas que saudade
Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
E orgulho de seu filho ser igual seu pai
Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso
E o meu medo maior é o espelho se quebrar











Paulo Cesar Pinheiro, João Nogueira




A Paixão E A Jura


Eu ando sofrendo tanto
Quando essa paixão me invade
Que às vezes me pego em pranto
Com receio de ferir outra amizade
Você me procura
E eu não sei negar amor nem resistir
Mas fiz uma jura
E essa jura é tão difícil de cumprir

Eu tenho pensado nisso
Mas não sei na realidade
Se desfaço o compromisso
Ou se evito um grande amor contra vontade
Isso é uma tortura
E eu sei bem ninguém por mim vai decidir
E a paixão e jura
Vão fazendo o coração se dividir

Talvez tudo isso seja breve
Talvez eu volte ao meu caminho
Talvez essa paixão me leve
Talvez eu venha terminar sozinho








Mauro Duarte, Paulo César Pinheiro



domingo, noviembre 06, 2016

Refém da Solidão

Quem da solidão fez seu bem
Vai terminar seu refém
E a vida pára também
Não vai nem vem
Vira uma certa paz
Que não faz nem desfaz
Tornando as coisas banais
E o ser humano incapaz de prosseguir
Sem ter pra onde ir
Infelizmente eu nada fiz
Não fui feliz nem infeliz
Eu fui somente um aprendiz
Daquilo que eu não quis
Aprendiz de morrer
Mas pra aprender a morrer
Foi necessário viver
E eu vivi
Mas nunca descobri
Se essa vida existe
Ou essa gente é que insiste
Em dizer que é triste ou que é feliz
Vendo a vida passar
E essa vida é uma atriz
Que corta o bem na raiz
E faz do mal cicatriz
Vai ver até que essa vida é morte
E a morte é
A vida que se quer








Baden Powell, Paulo Cesar Pinheiro




sábado, noviembre 05, 2016

Nomes Da Favela


Cantagalo


O galo já não canta mais no Cantagalo
A água já não corre mais na Cachoeirinha
Menino não pega mais manga na Mangueira
E agora que cidade grande é a Rocinha!

Ninguém faz mais jura de amor no Juramento
Ninguém vai-se embora do Morro do Adeus
Prazer se acabou lá no Morro dos Prazeres
E a vida é um inferno na Cidade de Deus






Cidade de Deus




Não sou do tempo das armas
Por isso ainda prefiro
Ouvir um verso de samba
Do que escutar som de tiro

Pela poesia dos nomes de favela
A vida por lá já foi mais bela
Já foi bem melhor de se morar
Mas hoje essa mesma poesia pede ajuda
Ou lá na favela a vida muda
Ou todos os nomes vão mudar




Paulo Cesar Pinheiro




domingo, abril 17, 2016

Sublime Pasión


Pasión
Es el delirio de quien se entrega
El arrebato de la ola
La raíz de la locura

Pasión
Es luz negra que obnubila y ciega
Mar que se teme y se navega
Ansía sublime de aventura

Pasión
Es el abismo de quien se apega
La flor bendita que la oscuridad riega
La otra cara del juramento

Pasión
Es la sorpresa que nadie rechaza
El destino de quien no tiene sosiego
El misterio entre la espera y la conquista

Pasión
Extraña doctrina que no se predica
Extraño placer inmortal que nunca dura

Pasión
Es un tren que entristece y alegra
Momento en que el amor quiebra la regla
En el corazón de toda criatura.







Paulo Cesar Pinheiro

Versión libre al español de Mauricio Alejandro Moreno








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Sublime Pasión en la voz de Paulo Cesar Pinheiro: